"Não queria ir para casa com um cara que conheci em um bar para descobrir essas coisas e ficar desajeitada, vulnerável e insegura".
Quando a pandemia de covid a deixou isolada em casa na Austrália, Melanie fez uma promessa a si mesma: ela iria contratar um trabalhador do sexo para tirar sua virgindade.
Ninguém jamais havia tocado Melanie de forma não médica e, aos 43 anos, ela percebeu que queria mais.
Então ela contratou um homem chamado Chayse em uma agência de acompanhantes online e foi até seu apartamento para a primeira sessão.
O prostituto cobrou 400 dólares australianos, aproximadamente R$ 1,4 mil, por hora.
Melanie não tinha ideia de como seu corpo reagiria quando tocado intimamente, se ela seria capaz de ficar em uma posição favorável ou se o cansaço impediria qualquer prazer.
Mas não é apenas no desequilíbrio do poder físico que mora a vulnerabilidade.
As vezes, a deficiência pode infantilizar as pessoas e fazê-las se sentirem indignas de certas experiências que outras pessoas consideram normais — algumas pessoas com deficiência chamam isso de “capacitismo internalizado”.
"Minha confiança aumentou muito, estou mais feliz do que nunca e essa experiência de mudança de vida não tem preço."
Além de manter relações sexuais com Melanie, Chayse também tem conversado com um coach de namoro para ver como ele pode ajudar Melanie a navegar nessa seara e ajudá-la a construir conexões românticas com outras pessoas.
“Estou procurando um substituto para Chayse. Alguém que me ame e ame o que eu gosto e faça tudo de graça”, diz ela. “Nunca pensei que entraria em aplicativos de namoro e conversaria com homens online e agora estou fazendo isso praticamente diariamente. Meu único arrependimento é não ter feito isso antes".
Para Melanie, a experiência é mais do que apenas liberação sexual.
Ela acredita que os governos devem pagar e dar suporte a pessoas com deficiência no acesso a serviços sexuais.