No Brasil, o uso do cigarro provoca 161 mil mortes por ano e 443 óbitos por dia, conforme dados do Ministério da Saúde.
Apesar das consequências mais conhecidas, como câncer de pulmão e problemas respiratórios, o tabagismo pode afetar todo o corpo e levar à morte por diferentes complicações.
O clínico geral, Rudy Bingana, explica que os problemas causados pelo fumo podem se manifestar da cabeça aos pés, já que o hábito gera uma reação inflamatória no organismo, atingindo vários órgãos e tecidos.
O médico cita infarto cerebral, doenças oculares, glaucoma e cegueira como doenças que podem ser ocasionadas pelo tabagismo.
O câncer de boca, o desgaste dentário e o câncer de laringe também são comuns.
O sistema respiratório como um todo é prejudicado, o que pode resultar em bronquite crônica e enfisema.
O cigarro pode afetar, ainda, o coração com complicações como doença arterial coronariana, aterosclerose e hipertensão.
O sistema circulatório também pode ser comprometido com a contração dos vasos sanguíneos.
Na parte imunológica, o cigarro atinge as defesas do organismo, tornando o fumante mais suscetível a bactérias e infecções.
A pele, maior órgão do corpo humano, sofre envelhecimento precoce com o uso da nicotina, que contribui para o surgimento de rugas e a perda da elasticidade.
Os sistemas reprodutivos e digestivos também são afetados, causando uma série de complicações para homens e mulheres.
O clínico explica que, mesmo cientes dos malefícios à saúde, muitas pessoas não conseguem abandonar o tabagismo, já que a nicotina é considerada uma substância psicoativa.
Para tratar o vício, é importante a atuação de uma equipe multidisciplinar.
“É fundamental uma equipe ampla, com médico, assistente social, psicólogo, enfermeiro e até educador físico”, pontua.
Melhora imediata
Parar de fumar pode trazer resultados imediatos.
Conforme o clínico da Hapvida NotreDame Intermédica, com 20 minutos, já é possível percebê-los.
“A pressão arterial melhora em 20 minutos. Com duas horas, a nicotina sai do organismo; em oito horas, o monóxido de carbono é eliminado e a oxigenação do sangue melhora; dois dias depois, há melhora no olfato e no paladar e, com três semanas, é possível ver melhora na circulação e respiração”, exemplifica.