A disputa pela Prefeitura de Juazeirinho nas eleições de 6 de outubro, será inédita e, pela primeira vez, em 67 anos de Emancipação Política, terá duas mulheres duelando pelo comando do município.
A atual prefeita, Anna Virgínia Matias (Republicanos), vai tentar renovar o mandato por mais quatro anos.
Ela deve enfrentar nas urnas, a sua ex-aliada, Luciana Matias (PL), esposa do ex-prefeito, Bevilacqua Matias (2009 - 2012, 2017 - 2020), tendo sido primeira dama do município por 8 anos.
Vivi fez um Governo tranquilo e praticamente sem ter oposição, mas as coisas mudaram a partir do início de abril deste ano, quando ela e o seu tio, Bevi, romperam politicamente.
Imediatamente, Bevi lançou o nome de Luciana como pré candidata a prefeita e, desde então, tem feito um périplo pelos quatro cantos do município em busca de apoio.
Vivi tem uma ampla base de apoio que lhe dá sustentação política, contando atualmente com 10 dos 11 vereadores que compõem a Câmara Municipal e algumas lideranças resgatadas junto a oposição.
Sobre o rompimento
Com relação ao rompimento político, Vivi e Bevi estão jogando a culpa do afastamento um no outro.
A prefeita afirma que o rompimento partiu do ex-prefeito, que queria empurrar de goela a baixo o nome de Luciana para ser a sua vice.
Mas ela disse que não iria mudar o que está dando certo e bancou a repetição da chapa vitoriosa em 2020, com Sandra Paulino de vice.
Bevi, por sua vez, acusa a sobrinha de ingratidão, pois foi ele quem indicou-a para a sua sucessão.
O ex-prefeito conta que Vivi tomou de arroubo o Republicanos, que estava sob o comando de Luciana em âmbito Municipal, e não queria sequer que ele se filiasse a algum outro partido, pois o intuito era aniquila-lo de vez da política.
Mas no apagar das luzes, ele conseguiu o comando do PL junto ao deputado Federal, Wellington Roberto, e partiu para o embate.
A disputa entre Vivi e Luciana, além de ser inédita, traz uma escrita, pois desde 2004, quando Fred Marinheiro (2001 - 2008) se reelegeu, nenhum outro nome logrou êxito na tentativa de renovar o mandato.
Todos que tentaram a reeleição, não conseguiram, passando por Bete Pascoal em 2000, Roberto Pascoal em 2008, o próprio Bevi em 2012, Jonilton Fernandes em 2016 e Bevi de novo em 2020 que, apesar de ter direito a disputar a reeleição, desistiu por uma insegurança jurídica e apresentou o nome de Vivi.
Cabe a ela, portanto, por fim ao que os juazeirinhenses chamam de "a maldição da reeleição".