Com sintomas muitas vezes considerados discretos, o glaucoma atinge cerca de 2,5 milhões de brasileiros com mais de 40 anos, conforme a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), mas o diagnóstico nem sempre acontece: a entidade aponta que 70% das pessoas não sabem que possuem a doença, o que pode levar a uma evolução silenciosa do quadro.
O glaucoma é considerado a maior causa de cegueira irreversível do mundo. Neste domingo (26), Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, o oftalmologista, Antônio Jordão, explica como a condição acontece e alerta para os fatores de risco.
“No glaucoma, o aumento da pressão ocular afeta fundamentalmente o nervo óptico, provocando a morte das fibras nervosas e provocando uma perda irreversível da visão. Há alguns fatores de risco para o desenvolvimento da doença, como hereditariedade, traumas oculares, atividades que possam aumentar a pressão intraocular, pessoas acima de 40 anos e sedentarismo. A realização de exames regulares pelo oftalmologista é fundamental”, aponta.
No início, o glaucoma pode não apresentar sintomas significativos, por isso a importância do acompanhamento oftalmológico regular.
Na fase aguda, o paciente com glaucoma pode apresentar visão embaçada, perda gradual da visão lateral, sensibilidade à luz, dores na testa, náuseas, vômitos e olhos vermelhos e inchados.
“Pelo menos uma vez ao ano, é necessário ir ao oftalmologista para a prevenção de doenças oculares. Caso ocorra a manifestação de algum sintoma, esse tempo deve ser reduzido para o devido tratamento. No caso do glaucoma, por ser uma doença crônica e sem cura, o acompanhamento adequado irá impedir o avanço da doença, o que evitará a perda da visão”, destaca Antônio.
Segundo o especialista, há dois tipos de glaucoma: o agudo e o crônico.
“No glaucoma agudo, também chamado de ângulo fechado, a pressão sobe subitamente a valores muito altos e provoca muita dor no olho, levando, via de regra, o paciente a buscar serviços de emergência. Já no glaucoma crônico simples, também chamado de ângulo aberto, a pressão sobe a valores que não provocam dor, mas podem afetar o nervo óptico e evoluir por muito tempo até que seja diagnosticado pelo exame de pressão ocular e da campimetria visual”, detalha.
De acordo com o oftalmologista, o tratamento do glaucoma consiste no uso de medicações, geralmente colírios, para reduzir a pressão.
“A depender da resposta do paciente, podem ser aplicados outros métodos como laser ou até cirurgias, cujo objetivo será sempre a redução da pressão ocular”, finaliza.