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Justiça Federal condena ex-prefeito e ex-vereador de Teixeira por fraude em licitação e formação de quadrilha

As penas de prisão aplicadas aos dois condenados foram substituídas pelo pagamento de multa e prestação de serviços comunitários

23/09/2024 às 00h27 Atualizada em 25/09/2024 às 23h04
Por: Heleno Lima Fonte: Assessoria do MPF PB
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Nego de Guri tentou ser candidato a prefeito de Teixeira novamente este ano, mas foi barrado pela Justiça Eleitoral
Nego de Guri tentou ser candidato a prefeito de Teixeira novamente este ano, mas foi barrado pela Justiça Eleitoral

A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça condenou mais dois integrantes de um dos maiores esquemas de corrupção ocorridos na Paraíba.

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Desta vez, foram duas sentenças condenando Edmilson Alves dos Reis Filho, popularmente conhecido como Nego de Guri (foto), por fraude em processo de licitação e formação de quadrilha, e Francisco de Assis Ferreira Tavares, o Assis Catanduba, por fraude em processo licitatório.

De acordo com as decisões, as penas de prisão aplicadas aos dois condenados foram substituídas pelo pagamento de multa e prestação de serviços comunitários.

Nego de Guri era prefeito de Teixeira, Médio Sertão da Paraíba, em 2015, e responsável por homologar o processo de licitação que favoreceu construtora ligada a Catanduba, então vereador do município, e seu aliado político .

As investigações mostraram que o ex-prefeito se associou ao ex-vereador e com os representantes das construtoras para a prática de um número indeterminado de crimes, notadamente defraudes licitatórias.

A licitação, feita para serviços de pavimentação na cidade, foi direcionada em favor da M&M Construção apenas para assegurar que Francisco de Assis ficaria com a obra, uma vez que ele, na condição de vereador do município, não poderia figurar diretamente entre os licitantes.

O ex-prefeito e a Construtora Millenium, que participou do certame para dar ares de legalidade ao processo, mantinham uma parceria na qual ele executava as obras da empresa, que apenas emprestava a sua estrutura documental.

Nego de Guri tentou disputar a eleição deste ano em Teixeira mais uma vez para prefeito.

No entanto, teve o registro de candidatura negada pela Justiça Eleitoral e renunciou, preferindo não recorrer a instância superior 

Operação Recidiva

Em novembro de 2018, uma força tarefa composta pelo MPF, Controladoria-Geral da União (CGU) e Polícia Federal (PF) desarticulou uma organização criminosa do colarinho branco que fraudava licitações reiteradamente e cometia vários outros crimes envolvendo obras públicas em diversos municípios paraibanos.

O grupo também atuava no Ceará, em Pernambuco, em Alagoas e no Rio Grande do Norte, além de mascarar desvios de recursos públicos, lavar o dinheiro público desviado e fraudar os fiscos federal e estadual.

A operação foi batizada de Operação Recidiva, uma vez que os agentes criminosos presos já haviam sido anteriormente processados e condenados em casos de combate à corrupção, mas não se intimidaram com as ações do sistema de Justiça e se reinventaram, na época, em novos esquemas ilícitos. Segundo o MPF, os valores envolvidos nas fraudes realizadas entre 2015 e 2018 alcançam mais de R$ 20 milhões – relativos à execução de obras de construção civil.

Cabe recurso da decisão.

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