O mês de maio é tradicionalmente marcado por ações que aproximam as famílias da rotina escolar e por momentos de avaliação do desempenho dos alunos.
É nesse período que acontecem eventos como a Semana da Família, com palestras, oficinas e dinâmicas, além das homenagens ao Dia das Mães — tudo isso em paralelo à entrega dos primeiros relatórios de desempenho do ano letivo.
Para educadores e gestores, o desafio é conciliar o aspecto afetivo dessas datas com a seriedade da análise pedagógica.
Segundo o Censo Escolar da Educação Básica 2023, divulgado pelo Inep, o Brasil registrou 47,3 milhões de matrículas na educação básica, distribuídas em mais de 178 mil escolas.
Desse total, quase metade (49,3%) está concentrada nas redes municipais, enquanto 30% pertencem às redes estaduais, 19,9% à rede privada e 0,8% à federal.
Atividades afetivas e cobrança por resultados
Para os professores, o desafio de maio está em planejar atividades comemorativas sem comprometer o andamento do conteúdo curricular.
“As celebrações são importantes para o vínculo com os alunos e as famílias, mas não podem interferir no ritmo das aulas”, pontua Mara Duarte, neuropedagoga e diretora pedagógica da Rhema Neuroeducação.
Ela reforça que esse equilíbrio é possível quando há organização e clareza de prioridades.
“Com um cronograma bem definido, o professor consegue distribuir as tarefas e manter a qualidade do ensino, mesmo em semanas com eventos especiais”, completa.
Os coordenadores pedagógicos, por sua vez, têm a responsabilidade de garantir que os relatórios entregues às famílias representem de fato o progresso dos alunos — sem generalizações ou distorções.
“O relatório não deve ser apenas um resumo de notas, mas um retrato do desenvolvimento integral da criança, considerando aspectos cognitivos, sociais e emocionais”, destaca Mara.
Gestão de expectativas e comunicação ativa com os Pais
Com a entrega de relatórios e o envolvimento dos responsáveis nas atividades escolares, o mês de maio também é um período de aumento nas demandas sobre os gestores escolares.
Para os diretores, lidar com a insatisfação dos pais quanto ao desempenho dos filhos exige postura acolhedora, mas também firmeza técnica.
“É fundamental que a escola esteja preparada para apresentar dados claros e demonstrar que o acompanhamento do aluno é constante e cuidadoso”, comenta a especialista.
A transparência na comunicação é um ponto-chave para evitar conflitos.
A orientação de Mara é que as escolas invistam em momentos de escuta ativa e evitem respostas genéricas ou defesas automáticas.
“Quando a família percebe que existe atenção e compromisso com a evolução do estudante, o diálogo se fortalece e a confiança na escola cresce”, afirma.
Com múltiplas frentes em andamento, maio é um mês que exige planejamento, sensibilidade e foco.
“Quando cada profissional compreende seu papel nesse processo, é possível transformar o período em uma oportunidade de conexão e avanço — tanto pedagógico quanto humano”, finaliza.