A atuação da equipe de fonoaudiologia hospitalar do Hospital São Vicente de Paulo, em João Pessoa, tem se destacado por seu cuidado especializado com pacientes internados, especialmente aqueles acometidos por câncer de laringe. Com abordagens individualizadas à beira-leito, os profissionais têm feito a diferença na qualidade vocal e na comunicação desses pacientes, promovendo dignidade e qualidade de vida mesmo em situações clínicas complexas.
Para muitos pacientes, o câncer de laringe impacta diretamente na fala, o que pode gerar isolamento social, angústia e dificuldades no tratamento.
A equipe fonoaudiológica atua com técnicas específicas que visam preservar e melhorar a comunicação funcional.
Em casos mais severos, como após a remoção total da laringe (laringectomia total), os profissionais realizam um trabalho intenso de reabilitação, com treinamentos personalizados e estratégias que possibilitam novas formas de expressão vocal, como a fala esofágica, uso de próteses traqueoesofágicas ou dispositivos eletrônicos.
Implantado há pouco mais de um ano, o serviço de fonoaudiologia hospitalar tem alcançado resultados significativos na humanização do cuidado, tanto para os pacientes quanto para seus familiares.
Agora, o hospital planeja expandir esse atendimento para o setor ambulatorial, oferecendo suporte contínuo também no período pós-alta hospitalar.
O coordenador da equipe e fonoaudiólogo, Deyverson Evangelista, ressalta que o objetivo do serviço é devolver ao paciente a possibilidade de se comunicar.
“A fala é parte da identidade de cada um, e a perda dessa função traz impactos que vão além do físico. Com técnica, acolhimento e empatia, conseguimos resgatar essa conexão com o mundo,” destaca.
Ele faz um alerta para as pessoas ficarem atentas aos sinais de rouquidão ou mudança na voz por mais de 15 dias, dor ou dificuldade para engolir, sensação de corpo estranho na garganta, tosse constante, as vezes com presença de sangue, dificuldade para respirar e nódulo no pescoço.
“Ao identificar qualquer um desses sintomas, é fundamental procurar um médico otorrinolaringologista para o diagnóstico médico e o fonoaudiólogo para o diagnóstico comportamental. A intervenção precoce aumenta significativamente as chances de tratamento eficaz e recuperação funcional,” lembra Deyverson.